Thursday, April 28, 2011

O triunfo da verdade








Quando em 1935 Leni Riefenstahl estreou o seu Triunfo da Vontade, o momento de celebração apoteótica do nazismo que acumula o lugar na História do cinema com o papel de símbolo da ascensão irreversível do partido Nacional Socialista alemão, o mundo passou a registar como a propaganda, alimentada de ressentimento e medo do futuro, é capaz de levar o mais civilizado dos povos à loucura colectiva.

A todos os democratas, o Triunfo da Vontade deveria também lembrar uma verdade incontornável: Hitler foi livremente eleito pelos seus concidadãos.

Vem isto a propósito do Programa de Governo do PS, que distorce, omite e pura e simplesmente mente nos grandes números da nossa Economia, particularmente nos que poderíamos usar para julgar a performance governativa de Sócrates, como é o caso do défice das contas públicas. É uma técnica recorrente em Sócrates, mentir nos números ou apresentá-los fora de tempo e contexto, que não espanta qualquer observador atento, como não espantou a tónica de elegia ao líder, ao bom estilo norte-coreano, que os aprendizes de Riefenstahl que organizaram o recente Congresso do PS habilmente encenaram para dar ideia do apoio do partido ao "Zé".

A 05 de Junho, quando soubermos o resultado das eleições, iremos ver até que ponto os portugueses fizeram as contas, e conseguiram distinguir entre os números agradáveis que o discurso oficial do PS debita e a realidade nua, crua e desagradável que todos os outros referem. A incógnita permanece, mas continuo com esperança que o povo seja sereno, e em vez de mais uma repetição, com outros protagonistas, de uma história de mistificação colectiva como a que o génio de Riefenstahl retratou, o filme desta vez seja o do Triunfo... da verdade.

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