Sunday, June 5, 2011
E depois do adeus
Para gáudio de boa parte da população e alívio de qualquer português informado que conhecesse a profundidade dos problemas que enfrentamos, bastaram as primeiras projecções eleitorais para confirmar a saída de cena de José Sócrates, que perdeu as eleições com estrondo, e um score abaixo dos trinta por cento que configurariam uma derrota honrosa.
Do lado dos vitoriosos, a primeira meia hora após a divulgação dos resultados faz antever que a mensagem do centro-direita, nomeadamente do PSD -- que conseguiu o seu terceiro melhor score de sempre, a seguir às duas maiorias absolutas de Cavaco -- será a de que os portugueses "optaram pela mudança", o que em circunstâncias normais equivaleria a dizer que optaram pelas propostas e programas de Governo dos partidos em quem votaram.
Sucede que não vivemos, de todo, em circunstâncias normais, e o verdadeiro Programa de Governo, o elefante na sala que a campanha ostensivamente ignorou, foi assinado com os credores do País no passado mês de Maio, pelo que os portugueses optaram por mudar de pessoas, e não de projectos.
Para quem acha que os nossos problemas acabam com a saída do PS do Governo, esta é uma boa altura de lembrar o que de facto se assinala hoje: que Sócrates larga o poder, mas no preciso momento em que os problemas a sério vão efectivamente começar.
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